quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Candidato do PSBD, José Serra comete gafe e demonstra desconhecer o Bolsa Família

Ao falar ontem, terça-feira (21) sobre a promessa de criar uma espécie de 13ª parcela do Bolsa Família, o presidenciável tucano, José Serra, demonstrou desconhecimento do principal programa de transferência de renda do país, criado por Lula. Numa entrevista em São Paulo, Serra falou sobre o Bolsa Família, e cometeu dois grandes deslizes. Primeiro vinculou equivocadamente o valor do salário mínimo aos critérios de inclusão no programa. "O salário mínimo de R$ 600 vai ampliar o número de famílias do Bolsa Família. Porque hoje o critério está relacionado com o salário mínimo. Meio salário mínimo per capita, alguma coisa assim. O salário mínimo sendo mais alto mais famílias entram no Bolsa Família", declarou o tucano. O valor do salário mínimo (R$ 510), na verdade, é usado para a inclusão das famílias no Cadastro Único. São cadastradas nesse banco de dados (coordenado pelo governo federal e abastecido pelas prefeituras) as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (hoje R$ 255). Já o critério para inclusão no Bolsa Família é outro. O "corte" de renda é definido com base em dados do IBGE e na inflação acumulada. Hoje estão aptos para receber o cartão aquelas com renda per capita mensal de até R$ 140. Ou seja, quanto maior o salário mínimo, em tese será menor o número de famílias atendidas pelo programa, já que avançaria também a renda por pessoa. Na mesma entrevista desta terça, o segundo deslize de Serra veio ao discorrer sobre a necessidade de manter o benefício às famílias com pessoas empregadas. O tucano disse que definirá um prazo ("será mais de um ano") no qual a família poderá acumular um novo emprego e o cartão do programa. Esse prazo, para a informação do candidato, já existe. É de dois anos e foi definido em decreto de 2008. Hoje 12,6 milhões de famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família, do Governo Lula, todas elas antes incluídas no Cadastro Único, esse com cerca de 20 milhões de famílias e que serve como banco de dados oficial de pessoas de baixa renda.

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