terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Reflexões sobre o governo Dilma

Festejos de final de ano exigem reflexões sobre os eventos ocorridos no ano que se finda. A reflexão sobre o passado possibilita a construção de ações que venham a evitar erros cometidos e a formulação de objetivos e metas para o futuro. Refletir sobre o passado é tarefa árdua que requer humildade, pois nem sempre os indivíduos estão dispostos a corrigir erros e a mudar o curso da trajetória.

A presidente Dilma Rousseff termina seu primeiro ano de mandato presidencial sob ameaça de crises econômicas, as quais ocorrem na Comunidade Europeia e nos Estados Unidos. Até o momento, não é possível prever com exatidão as consequências dessas crises para o Brasil. O que se sabe é que a economia brasileira foi e continuará sendo afetada.

Reconhecemos que a presidenta Dilma agiu corretamente diante da crise econômica externa, assim como o fez o presidente Lula em 2008. A presidenta Dilma reduziu os juros, ampliou o crédito e criou políticas de proteção à indústria nacional, em particular às indústrias automobilísticas.

Entretanto, ao contrário da conjuntura econômica de 2008, repiques inflacionários são observados trimestralmente. Sendo assim, a busca do crescimento econômico pujante em 2012 talvez não seja possível, pois o governo precisa fazer a economia crescer e ao mesmo tempo necessita controlar a inflação.

Apesar de alguns economistas afirmarem o contrário, consideramos que existe incompatibilidade entre crescimento econômico e alta taxa de inflação. O ideal para o crescimento econômico é a presença de inflação reduzida. Sendo assim, a presidente Dilma não pode permitir aumento dos gastos públicos - em particular, gastos supérfluos. E precisa realizar reformas pontuais em seu governo com o objetivo de tornar a máquina estatal eficiente.

Em 2014 ocorrerá a Copa do Mundo. Mesmo diante desta demanda, a presidenta Dilma não deve permitir superfaturamento de obras e gastos desnecessários. Além disso, ela deve apoiar as ações do Tribunal de Contas da União. O Tribunal é um importante ator institucional que contribui para o controle dos gastos públicos.

Demanda dos servidores públicos por aumento salarial ocorrerá. A presidente Dilma precisa ficar atenta ao fato de que ao aumento salarial dos servidores, não importa a categoria, devem estar atrelados desempenho e meritocracia. Com isto, o estado brasileiro poderá conquistar a tão reclamada eficiência.

A coalizão partidária que sustenta o governo da presidenta Dilma é ampla. O tamanho da coalizão certamente interferirá negativamente na reforma ministerial que ela pretende fazer. Mas, Dilma não poderá sucumbir às pressões e precisa agir em busca de uma reforma que diminua os gastos públicos e transforme a sua gestão em um modelo de eficiência.

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